Coren-CE realiza fiscalização noturna no Frotinha da Messejana após nova queda de teto no setor de trauma

22.10.2025

Na noite desta terça -feira (21), o Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE) realizou mais uma fiscalização no Hospital Frotinha da Messejana, em Fortaleza, após receber denúncias graves sobre as condições de trabalho da equipe de Enfermagem. A visita foi conduzida pelos conselheiros Stela Mara e Júnior Mello, que constataram uma série de irregularidades que comprometem tanto a segurança dos profissionais quanto a qualidade da assistência prestada aos pacientes.

Entre os problemas identificados, está o desabamento do teto no setor de trauma, ocorrido pela segunda vez. Por conta do incidente, os pacientes precisaram ser realocados para os corredores do hospital, sem condições mínimas de conforto e segurança.

O repouso da equipe de Enfermagem é misto e conta com apenas 26 leitos, número bem abaixo da demanda do serviço, especialmente considerando o quantitativo de profissionais que atuam nos plantões. Durante a fiscalização, foi constatado que há falta de colchões em número suficiente, além de alguns estarem sem cobertura adequada. O teto do repouso apresenta infiltrações e goteiras, enquanto a enfermaria atingida segue isolada, com pacientes realocados para os corredores.

Outro ponto alarmante, relatado pelos profissionais, é a escassez de EPIs para a realização de procedimentos mais complexos. O dimensionamento da equipe também preocupa: há plantões com apenas dois enfermeiros para todo o hospital, o que sobrecarrega os profissionais e compromete a segurança do cuidado.

O expurgo da UTU também apresenta irregularidades, funcionando dentro da unidade sem isolamento adequado e com o sanitário aberto, fechado apenas por uma tampa improvisada. Além disso, o ar-condicionado da UTU tem equipamentos adaptados de forma irregular para o escoamento da água, e o bebedouro de um dos setores está com o filtro tomado por lodo, obrigando os profissionais a comprarem água, em alguns setores não é disponibilizado bebedouro e os profissionais para não se deslocarem a outro setor compram água por conta própria.

De acordo com a conselheira Stela Mara, a situação é insustentável:

“A sobrecarga leva o profissional a cometer erros. Quando o ambiente de trabalho adoece, toda a assistência fica comprometida”, ressaltou.

O Coren-CE reforça que o descumprimento dessas condições fere os direitos trabalhistas e éticos da categoria, além de comprometer a segurança dos pacientes. A equipe de fiscalização segue acompanhando o caso e notificará a direção do hospital para que as medidas corretivas sejam adotadas com urgência, assegurando um ambiente de trabalho seguro, digno e dentro das normas regulamentadas pela lei do exercício profissional.